terça-feira, 6 de outubro de 2015

Rosa Negra

A rotina anestesiou o que sobrou do meu coração
A Rosa Negra de espinhos venenosos o furou
Tudo o que sentia de mágoa ou rancor não existe mais.
Apenas sinto o passar dos dias, meses e anos.
Pois o quão difícil é conviver com uma vida não vivida
O quão difícil é ver as oportunidades e não poder abraçar,
Pois algo dentro de mim está anestesiado, está inerte.
Sigo a maré do comum, do corrente.
"seguindo" a vida da forma mais mecânica possível,
Mais segura, mais confortável, mais “feliz”.
Para que seguir meus sonhos, se eu posso seguir os sonhos de outra pessoa?
Não quero me libertar. A dor não é meu caminho.
A sensação de conforto e prazer é inebriante.
Somente um tolo tentaria sair deste êxtase de vida.
Mas algo dentro do coração ainda não estava negro,
Restava alguma parte em que o veneno da rosa não havia chegado.


Lá neste pequeno espaço, no "calabolço" do coração, germina uma semente dourada da esperança. Que pode brotar até nos corações mais abalados, mais petrificados pelo dor humana. Neste coração a dor continuará. Porém com uma promessa de algo mais. Com uma sensação de que: Será que a vida é somente isso mesmo? 


Fotografado em Sapiranga/RS (Foto editada)

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